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Mitos, Verdades e Curiosidades sobre Psicologia Clínica - essas dúvidas também podem ser suas!



Pedi no Instagram e no Facebook que me enviassem dúvidas, curiosidades e questionamentos sobre Psicologia Clínica para uma série de Mitos, Verdades e Curiosidades aqui no site. Recebi comentários, mensagens e sugestões. Vou responder da forma mais pessoal e simples possível.


Se suas dúvidas não foram respondidas, envie um email e vamos construir juntos essa série!


amarthalima@gmail.com

 

1. Só deve buscar ajuda de um psicólogo quem está deprimido?



A psicoterapia nem sempre tem um caráter de tratamento de um diagnóstico ou cura de algum processo doloroso.


É também utilizada para a promoção de autoconhecimento e autonomia.


As pessoas passam a se preocupar com a "dor psicológica" quando ela começa a interferir na vida regular de quem a sente, ou seja, quando ela começa a incomodar quem está por perto, quando a pessoa se depara com uma grande perda de qualidade de vida (afastamento dos amigos, problemas com os relacionamentos, baixo rendimento nos estudos ou no trabalho).

Por isso cria-se uma impressão de que psicólogo só serve pra um tipo de demanda bem específico.


Mas não é bem assim. Aprender a lidar consigo mesmo, com as pessoas ao redor, com os próprios projetos de vida também são demandas de psicoterapia e que ela pode ajudar apresentando bons resultados.


 

2. Toda terapia tem início meio e fim?


2.1. Por quanto tempo uma pessoa deve fazer terapia? Existe o momento em que o paciente tem "alta"?


Essa pergunta é bastante complexa, apesar da maioria das pessoas compartilharem dessa dúvida.


Sim. Terapia Comportamental tem início, meio e fim.


Mas com isso não podemos afirmar quanto tempo cada parte irá durar, já que tanto início, quanto meio e o fim são processuais. Muitos fatores influenciam o comportamento de uma só vez, o que pode interferir no tempo de cada momento da terapia.


 

3. Quais problemas a psicologia clínica resolve?


Uma dor de dente é "resolvida" pelo dentista. Mas a psicóloga vai ajudar você a modificar a sua relação com a dor. Trabalhamos muito com dor crônica e fibromialgia, por exemplo. São dores que podem ser submetidas um tratamento de alívio dos sintomas, mas não têm cura.


No contexto clínico vamos aprender a lidar com o sofrimento humano, seja ele acompanhado de um diagnóstico ou não.


Visite a aba Abordagem para uma melhor compreensão de como o trabalho é desenvolvido.

 

4. Problemas psicológicos são hereditários?


Apesar de algumas pesquisas apontarem para uma resposta positiva para essa pergunta, ainda não existem dados científicos satisfatórios.

Para indicação de pesquisas, envie um email!


Mas se pararmos para refletir sobre qual o primeiro contexto em que aprendemos a nos comportar, sentir a resposta frequentemente será família.


Aprendemos a lidar com o mundo através de imitação. Lá no início da nossa vida vemos os outros se comportando e tendo sucesso em suas ações. Passamos a fazer parecido e assim um comportamento surge. Quem está por perto se torna modelo.


- Alguém já se pegou agindo de forma idêntica aos pais mesmo sem saber o motivo? Isso é bastante comum.


A outra forma de aprendizado é por modelagem de comportamentos. Eles vão sendo esculpidos nas interações até tomarem a forma que têm no momento atual.


Uma terceira forma de aquisição de conhecimento é através de valores. Os valores da família são incorporados pelos seus membros de tal forma que a visão de mundo é norteada, mesmo que inconscientemente, por eles.


Então, não é possível afirmar que aquilo que chamamos de "problemas psicológicos" são hereditários, mas é de extrema relevância observar o contexto em que os comportamentos foram moldados.

 

5. É possível, por exemplo, fazer um tratamento focado em parar de fumar? Existe alguma questão ética do Conselho Regional de Psicologia em relação a esse tipo de tratamento?



Sim! É possível fazer um tratamento focado em parar de fumar.


O tabagismo não é considerado um comportamento isolado. Com isso o tratamento não é voltado pontualmente para a extinção desse hábito. O comportamento humano é multideterminado e, se não lidarmos com a causa, outro comportamento "indesejável" pode ganhar espaço.


Bom, desde que o de parar de fumar esteja sob controle de valores pessoais do cliente, a psicóloga o ajudará a produzir contingências em que a redução do fumo possa ocorrer.


É afirmado no Código de Ética no Art. 2º que é vedado ao psicólogo:


b) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais;


Dessa forma, o tratamento do tabagismo não é imposto pela psicóloga, mas deve ser iniciativa do cliente.


 

6. O psicólogo pode atender pessoas da mesma família?


Muitas coisas são possíveis, mas nem tudo é conveniente.


Não há uma contraindicação formal dessa prática. Porém, ela pode implicar em alguns efeitos nas relações terapêuticas a serem estabelecidas.


Grande parte do processo terapêutico se deve ao vínculo entre Psicóloga e Cliente e é responsabilidade da profissional prever e controlar esses fatores.


 





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